Vereadores aprovam incentivo para Zagonel investir em nova fábrica

Em meio à pandemia da Covid-19, uma boa notícia pautou a sessão ordinária da Câmara ontem, 30 de junho. Os vereadores aprovaram por unanimidade o Projeto de Lei 25/2020, que vai permitir à Indústria de Biscoitos Zagonel triplicar a sua capacidade produtiva mediante incentivos fiscais. A matéria isenta a empresa do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) incidente sobre a compra das terras onde será erguida a nova planta, entre a rodovia ERS-240 e a rua Júlio de Castilhos. As obras deverão iniciar no próximo mês de agosto.

Na justificativa ao PL, o prefeito Renato Chagas (PDT) explica que a contrapartida da Zagonel será a geração de empregos (um processo que se dará através do Sine de Portão), além do aumento da capacidade produtiva, o que incrementará a arrecadação de ICMS. Hoje com cerca de 50 empregados diretos, a Zagonel poderá chegar a 95 postos de trabalho no decorrer de 2021 e 2022.

De acordo com o prefeito, o PL 25 foi elaborado com base no Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico do Município de Portão – Portão Aberto, instituído em 2018. Além disso, ele informa que a indústria de biscoitos tem capacidade produtiva de 30 toneladas por dia. Os produtos da marca abastecem mercados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Bahia, além de exportar para países vizinhos, como Uruguai e Paraguai.

Debates

Em plenário, o PL 25 foi saudado pelos vereadores. Roberto Leitão (PT) frisou que o poder público tem sim de atuar em questões essenciais, como saúde e educação, mas também precisa fomentar o desenvolvimento empresarial para gerar emprego e renda. “A Zagonel é nossa há mais de 20 anos. Tomara que mais empresas possam conseguir incentivos para se ampliarem. É com trabalho que iremos superar a pandemia”, ressalta.

Jorginho (MDB) salientou que é importante a prefeitura firmar parcerias a fim de proporcionar cursos de capacitação, principalmente para os jovens ocuparem esses novos espaços no mercado de trabalho. Bonini (Progressistas) elogiou a Zagonel por investir no município, principalmente neste momento de recessão.

Segundo José Volmar Wogt (PDT), a aprovação do projeto ontem foi possível somente porque no início de 2018 a Câmara Municipal autorizou o Executivo a criar o Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico do Município – Portão Aberto. Até então, não havia uma política de benefícios boa o suficiente para a cidade conquistar novos empreendimentos.

Incentivos

Responsável pela construção da nova lei de incentivos quando esteve à frente da Secretaria da Indústria e Comércio em 2017, o vereador Kiko Hoff (PDT) salientou que sem ela dificilmente Portão atrairia novos investimentos, algo fundamental para a geração de mais postos de trabalho. “Em plena pandemia, tenho me reunido com três empresários interessados em investir aqui no município. Sem a lei dos incentivos, sequer estaríamos conversando. Se tivesse feito isso antes, a cidade poderia ter atraído mais empresas em anos passados”, aponta.

Diego Martins (MDB) ponderou que o projeto da Zagonel, associado a outras políticas de incentivo para pequenas e médias empresas, será essencial para Portão se recuperar da pandemia. Ari de Oliveira (PTB) sublinhou o fato de que a indústria de biscoitos ocupará uma área de terras que, apesar de bem localizada, era um matagal que favorecia a proliferação de insetos e trazia insegurança. Segundo ele, outras duas empresas em breve irão se instalar na mesma área.

Luiz Bandeira, o Salgadinho (Solidariedade), avalia que o novo empreendimento ajudará a amenizar um dos principais problemas de Portão: desemprego. “Precisaríamos abrir cerca de mil vagas para solucionarmos esta questão.” O presidente da Câmara, Adair Rocha (MDB), enalteceu o nome do diretor, Neri Zagonel, que em 1998 trouxe a empresa para Portão, contribuindo desde então para o desenvolvimento local. “Precisamos ter mais pessoas com a coragem e a qualidade do Seu Neri para crescermos mais e mais”, encerra.

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